Os Hebreus - Religião e Cultura: Por que Hebreus?

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Por que Hebreus?

Existe relativamente pouca referência no registro histórico dos hebreus de modo que pode-se afirmar que o conhecimento que temos hoje daquele idioma seja bastante limitado. Praticamente o que suporta a certeza da existência de uma cultura estruturada, fundamentada num idioma rico e ao mesmo tempo singular está restrito à coletânea de escritos antigos à qual chamamos de antigo testamento. Em alguns casos pode ser difícil aos peritos determinar com exatidão a origem etimológica das palavras hebraicas. De modo que, existem divergências entre os conceitos sobre a origem e o significado de várias palavras, entre elas a do apelativo "hebreu" (hebraico ivri ou ibri).
Vamos ver rapidamente três das principais hipóteses sugeridas pelos peritos.
Prestemos especial atenção à terceira delas posto que este será o sentido usado para todas as referências ao povo hebreu em nossos estudos.

Abraão em Canaã
O termo "hebreu" aparece pela primeira vez no capítulo quatorze da Gênesis atribuída a Moisés, quando se refere ao patriarca Abraão. Razão pela qual os defensores do primeiro conceito relacionam sua origem etimológica a esta personagem. O registro bíblico sugere que Abraão teria sido o primeiro de sua etnia a cruzar o Rio Eufrates de modo que ivri poderia derivar da mesma raiz do verbo avár, que significa atravessar ou cruzar e usam como justificativa para este entendimento o fato de os tradutores da Septuaginta* terem vertido a palavra ivri pelo equivalente a "passante" na versão grega. Por extensão este termo viria a designar aos descendentes de Abraão.

O segundo conceito sugere que o termo foi adotado para distinguir os povos residentes, estabelecidos na terra, daqueles nômades e residentes temporários, que estariam sempre em trânsito nunca estabelecendo moradia fixa, neste caso os hebreus, ou os "passantes".

Por último há o conceito de que, o termo "hebreu" seja um designativo patronímico, ou seja, um nome usado para identificar a família de um patriarca de quem um povo seja descendente. Os nomes patronímicos citados no antigo testamento são geralmente composto pela raiz do nome do patriarca que originou uma certa etnia acrescido de um prefixo ou de um sufixo que indique a relação de descendência.

Assim seria por exemplo no caso dos moabitas que teriam se originado de Moabe. Em hebraico o termo equivalente a "moabita" seria formado pela raiz Mohav seguido da terminação i (mohavi). O mesmo se dá com os amonhi  (amonitas, ou filhos de Amon), os danhi (danitas, filhos de Dã), e assim por diante.

Baseados neste fato, acredita-se que o nome "hebreu" seja relativo a Héber (hebraico Ever), citado como sendo bisneto de Sem, um antepassado de Abraão. O nome "hebreu" derivaria então do patronímico ivri, ou seja, os filhos de Ever

No capítulo dez da Gênesis lemos a origem das variações étnicas a partir dos filhos de Noé, segundo o ponto de vista hebraico. Depois de relacionar os povos originados de Cã, o texto diz que Sem seria antepassado de "todos os descendentes de Héber", dando a entender que haveria uma etnia derivada do ramo de Héber mas, embora os demais povos sejam citados novamente em ocasiões posteriores, os tais "heberitas" não seriam mais mencionados nos relatos hebraicos.
A não ser que os consideremos na descendência de Abraão, pela linhagem de Isaque e Jacó, como sendo os ivri, o povo que hoje reconhecemos como os hebreus.

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* Septuaginta - Tradução do antigo testamento, do hebraico para o grego, supostamente feita por hebreus cerca de trezentos anos antes do início de nossa era.

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