Os Hebreus - Religião e Cultura: O Primeiro Casal (1ª Parte)

Choose Your Language by Google

O Primeiro Casal (1ª Parte)

Muito comentada na internet a recente entrevista concedida à NPR, onde cientistas de confissão cristã evangélica admitiriam ser impossível afirmar, em vistas do atual conhecimento do genoma humano, que a humanidade tenha surgido a partir de um casal humano original. “Você teria que postular que houve uma taxa de mutação absolutamente astronômica para produzir todas as novas variantes existentes [no genoma humano], em um período de tempo incrivelmente curto”, disse o doutor Dennis Venema biólogo da Trinity Western University à publicação americana. Ao professor John Schneider, que até pouco tempo teria lecionado teologia no Calvin College, em Michigan, atribuem um comentário ainda mais incisivo, dizendo que é tempo de [os cristãos] encararem os fatos [científicos].

Hulton Archive/Getty Images
 
Adão e Eva no Jardim de Éden, por Albrecht Dürer, séc. XV.

 “Não houve um Adão e Eva históricos, nem serpente, nem maçã [sic], ou queda que derrubou o homem de um estado de inocência. A evolução torna bastante claro que na natureza e na experiência moral dos humanos, nunca houve qualquer paraíso perdido. Acho que os cristãos têm um grande trabalho e um desafio em suas mãos para reformular algumas das suas tradições em relação os primórdios da humanidade”, diria o professor Schneider.

A despeito da surpresa em ler um professor de teologia falando de maçã no Éden, como se isso fizesse parte da mitologia hebraica, havemos de considerar com seriedade as demais alegações destes cientistas, uma vez que elas se referem ao consenso da maioria na comunidade científica. Há muito tempo nós entendemos que as teorias científicas, não levam em conta quaisquer outras premissas além daquelas de que partem suas próprias considerações, justamente por residir nestas premissas todo o fundamento do que se pretende comprovar cientificamente.  Dificilmente os cientistas considerariam seriamente, por exemplo, premissas sugeridas por integrantes de uma antiga civilização, dados a prováveis superstições primitivas. E é nas premissas que estão as flagrantes  divergências entre o ponto de vista dos antigos hebreus e os cientistas atuais, de modo a ser impossível que se chegue a um denominador comum entre estas duas propostas.

As teorias científicas recentes partem do pressuposto ratificado pelo consenso de que o homem moderno seja o resultado de um processo evolutivo que originou o ser humano a partir de outras espécies não humanas.

Já os hebreus partiram da premissa de que o primeiro casal teria surgido na Terra completo em si mesmo, o que significa ser perfeito, e que as variações na humanidade de há três mil anos (e, por inferência, na humanidade atual) fosse o resultado da degeneração gradual daqueles espécimes originais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para emitir sua opinião ou dar uma sugestão, lembrando que você é responsável por aquilo que escreve. Postagens que contenham apologia ao crime, incitação à violência e ao preconceito explícita ou veladamente poderão ser deletadas a critério do editor.
Obrigado pela participação.