Os Hebreus - Religião e Cultura: O Primeiro Casal (2ª Parte)

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O Primeiro Casal (2ª Parte)

Os hebreus de escrita grega costumavam referir-se ao evento do estabelecimento do primeiro casal humano na Terra como a fundação do mundo (καταβολης κοσμου), com a palavra grega "kosmos" se referindo aos sistemas ordeiros instituídos pela inteligência dos seres humanos. O primeiro casal, ao cumprir a ordem dada por seu criador de multiplicar e espalhar-se sobre a Terra, seriam como o alicerce da humanidade, tendo o patriarca Adão como o mediador entre o Deus e seus filhos. Como fator facilitador do cumprimento de suas atribuições este casal teria sido criado virtualmente imortal, à semelhança de seu criador, estando sua imortalidade condicionada ao reconhecimento de que deviam a manutenção de suas vidas àquele que os criara. Quando eles renegam a orientação do criador para tudo quanto decidissem fazer, automaticamente rejeitam a própria razão de existirem enquanto seres vivos inteligentes. E passam a estar sujeitos à morte, não só eles como todos os que viessem a existir a partir deles sem a orientação direta de seu Deus.



A premissa principal de que partem os hebreus para a criação do primeiro casal seria a de que eles teriam sido criados originalmente perfeitos, tendo se degenerado na medida em que se multiplicaram e se espalharam sobre a Terra. E embora os hebreus não conhecessem as recentes descobertas que se referem à genética humana, alguns dos conceitos atuais poderiam ser aplicados a este ponto de vista. Um casal que fosse virtualmente perfeito não precisaria adaptar-se às mudanças do ambiente, uma vez que sendo completos, eles já poderiam ter em sua ferramenta genética os meios de se sobrepor a quaisquer aparentes mudanças. Eles foram criados para viver na Terra, tendo portanto em seus genes todos os componentes necessários à vida neste planeta independente das alterações que pudessem encontrar nas diversas situações geográficas do planeta. Em outras palavras eles não precisariam se adaptar, posto que supostamente teriam sido criados já adaptados a todas as possíveis condições encontradas na Terra.

Com a rebelião contra o criador e a iminente expectativa da morte, o quadro originalmente idealizado na gênese da humanidade segundo os hebreus é profundamente alterado. Adão e Eva não poderiam mais ser sozinhos os responsáveis pela multiplicação e a disseminação da humanidade sobre a Terra. Os seres humanos agora são semelhantes aos outros animais e não mais semelhantes ao criador. Fazendo o que acham melhor para si e para a espécie humana em geral, os filhos e filhas de Adão sentir-se-iam atraídos sexualmente uns para com os outros e, por instinto, fazem o que qualquer animal faria. Tem relações incestuosas que poderiam causar alterações exponenciais na ordenação genética que herdaram de seus pais. A carga genética originalmente perfeita de Adão e Eva começaria então a ser dividida entre seus descendentes, onde ora determinadas características de seus pais sobressairiam num ramo específico da descendência, ora outras características se destacariam em outro ramo diferente.

Esta provável degeneração que ocorreria na disseminação do conteúdo genético do casal original estaria notavelmente implícito na drástica diminuição da expectativa de vida dos descendentes do primeiro casal segundo delineado nas genealogias explícitas das primeiras famílias humanas. O primeiro casal originalmente projetado para viver eternamente com a ajuda de seu criador, teria seu período de vida reduzido a algumas centenas de anos de vida fértil, enquanto bastariam relativamente poucas gerações para esta expectativa ser reduzida a menos de uma centena, sendo poucos os que lograriam ultrapassar este limite, mas não sem sofrer as consequências do envelhecimento e da degeneração geral herdados de seus pais.

Como resultado poderíamos esperar encontrar um coeficiente de variação genética bastante maior em um período de tempo proporcionalmente menor do que o esperado no modelo evolutivo atual, porque as variações não teriam de se formar a partir das variações encontradas no meio ambiente como é proposto, mas elas já existiriam antes, latentes no código genético virtualmente perfeito do primeiro casal, bastando apenas serem difundidos, realçados ou suprimidos entre seus primeiros descendentes e alterados de acordo com a miscigenação dos nichos com características diferentes.

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